quinta-feira, 5 de junho de 2014

Estreia: A culpa é das estrelas


Sei que como jornalista, teria de fazer uma crítica impessoal, sem meus sentimentos expostos aqui. Mas não consigo, não nesse caso.

Cheguei bem antes do horário da sessão que pretendia assistir, com medo de se esgotar os ingressos, do filme segundo eu pensava o mais esperado do ano. Comprei meu ingresso e me sentem tomando um café preto num café que ficava na frente da saída do cinema. Quando as sessões de A culpa é das estrelas acabavam era fácil notar, porque pessoas saindo limpando suas lágrimas e com suas camisas escritas Okay chamavam a atenção. E eu pensava “Será que o filme é tão bom assim?” Eu li o livro um ou dois anos atrás, eu sabia a história, eu naquela tarde tinha acabado de reler e chorar relendo. Sabia o que esperar. Mas estava errado.

Entrei na sala trinta minutos antes do filme começar, e para o meu espanto a sala permaneceu vazia. O que é estranho, desde o grande sucesso do livro, todos em todas as redes sociais postam trechos do livro. Todo mundo comenta sobre a história. E na estreia o cinema vazio? Sem nenhum grande cartaz anunciando o filme? Achei super estranho.

O filme começou, Hazel Grace lindamente interpretada pela Shailene Woddley, com o seu humor comentando sobre os efeitos do câncer na vida das pessoas abre o filme. Ansel Elgort docemente interpretando Augustus Waters cativou o público no primeiro sorriso cafajeste no literal coração de Jesus. O filme cativou os poucos na sala.

Um pouco antes da metade do filme, onde Hazel tem uma recaída, muitos já estavam em lágrimas, e devo confessar eu também. A única pessoa talvez que não estava chorando era uma moça uma cadeira depois de mim, essa ria e ria da amiga do lado que também chorava. Mas não foi uma risada baixa que só quem estivesse no lado, que para o meu azar era eu, ouvisse. O cinema todo podia ouvir, e no meio de lágrimas a risada irritava. Tinha momentos em que a risada era obviamente inevitável, Augustus, Hazel e Isaac tiram risada fácil de você. No mesmo momento em que você chora, você ri. O filme é todo uma montanha russa de emoções.

Mas o final eminente da morte de alguém com câncer, paira o filme todo, e para quem não conhece a história, a grande vítima dessa doença surpreende por ser quem menos espera. Não estou aqui para contar spoiler do filme, apesar de saber que se você procurou esse post, já deve saber o final.

Enquanto eu e todos os outros chorávamos com o desfecho do filme, a moça ao meu lado ria. E eu abro uma reflexão aqui. Só quem tem um coração mole, que é o meu caso, ou quem tenha perdido alguém especial pro câncer, que também é o meu caso, ou simplesmente quem prestasse atenção no filme, que não era o caso da moça ao meu lado, seria capaz de se emocionar e ou chorar com o filme. Se você como eu, perdeu alguém especial, jovem e sonhador para o câncer, vai entender a dor. Vai senti-la, e aqui cito ipsis litteris do livro “Esse é problema da dor, ela precisa ser sentida.”

 
O filme é incrível ( e farei um post técnico sobre ele), emocionante e cativante. Com trilha sonora devidamente escolhida, desde a doce Birdy até o romântico Ed Sheeran. Os créditos que alguns minutos fica paralisado em um infinito de estrelas toca All Of The Stars do Ed Sheeran, e ao embalo da linda música, todos tirando a moça ao meu lado que saiu assim que o filme acabou, choraram e apreciaram a música, era capaz de ouvir cada um naquela sala chorando. E eles provavelmente também me ouviam. Nós sentíamos a dor, e a entendemos. E ao sair da sala após todos os créditos, todos, e agora posso dizer todos, com os rostos vermelhos de chorar, indo para o banheiro limpa-los... Por que essa é o tipo de história que com toda a certeza muda você. A capa do livro trás as seguintes palavras: "Você vai rir, vai chorar e ainda vai querer mais" e é exatamente isso que irá acontecer.



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